Laguna Santa Catarina: Belas praias e muita história
Laguna Santa Catarina: Belas praias e muita história
De ponto estratégico para navegação a roteiro turístico cultural
Com seus 339 anos de fundação Laguna tem muita história para contar, que começou com o povo pré-histórico, colonização açoriana e resultou num belo conjunto arquitetônico tombado pelo patrimônio nacional, belas praias, um dos maiores sítios arqueológicos de sambaquis da América e diversas peculiaridades de uma cidade que se transformou em roteiro histórico cultural.
Laguna tem muita história para contar, que começou com o povo pré-histórico, colonização açoriana e resultou num belo conjunto arquitetônico tombado pelo patrimônio nacional, belas praias, um dos maiores sítios arqueológicos de sambaquis da América e diversas peculiaridades de uma cidade que se transformou em roteiro histórico cultural.
A história de Laguna começou há seis mil anos com os primeiros registros de comunidades pré-históricas, os sambaquis, chamado pescadores-coletores, formações elevadas compostas de conchas, ossos, restos de fogueiras e artefatos, alguns com 35 metros de altura. Eram hábeis pescadores e mergulhadores de águas profundas, navegavam de canoa e chegavam a capturar golfinhos e arraias. Gerações de famílias viveram nos sambaquis, que em tupi guarani quer dizer amontoado de conchas.
O povo dos sambaquis, de acordo com estudos, teve contato com os xoklengs e carijós vindos do oeste, e absorveu a cultura de outras tribos. Os índios se adaptaram a região devido à proximidade com a lagoa, uma fonte de alimentos.
De acordo com levantamento do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan) o município conta com 43 sítios arqueológicos, de artefatos do povo sambaqui e dos guaranis.
Laguna nasceu em terras de disputa colonial. Durante os séculos XVII e XVIII, entre as metrópoles portuguesa e espanhola resultaram no Tratado de Tordesilhas (1494). Desse conflito entre metrópoles, uma extensa colônia passava a se formar.
De 1500 a 1700, mas de 100 mil portugueses se deslocaram para o Brasil-Colônia. Portugal temia invasões espanholas no Sul do Brasil, principalmente, em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, áreas estratégicas para se chegar ao Rio da Prata.
O litoral permitia o abastecimento de água e alimentos às embarcações. Na disputa, a necessidade de alargar as fronteiras da colônia Brasil. Contudo, somente no século XIX, foram dados os primeiros passos para uma ocupação mais efetiva do território, com políticas de povoamento para o Sul.
Foi no ano de 1676, em 29 de julho, data de fundação de Laguna, que o bandeirante vicentista Domingos de Brito Peixoto chegou em Laguna. Por ser devoto ao Santo Antônio, o bandeirante batizou o lugar como Santo Antônio dos Anjos de Laguna. A primeira providencia foi a construção de uma capelinha, construída de pau a pique, mesmo local da atual. Poucos moradores fixaram residências na localidade neste período.
Segundo o historiador Antônio Carlos Marega, Laguna foi colonizada em duas etapas: a primeira, no século XVIII, meados de 1740, desbravou a região costeira da Lagoa Santo Antônio dos Anjos, região que vai do Bananal até a Madre, passando por Ribeirão Pequeno. Esses primeiros colonizadores, conhecidos como portugueses dos açores, procuraram habitar o local em busca da pesca e do solo produtivo.
Já na segunda etapa da colonização, na primeira metade do século XIX, com o crescimento do porto, os chamados Portugueses do Continente, trouxeram o desenvolvimento econômico para a cidade. “Foram eles que injetaram dinheiro no local, formando a cadeia genealógica (famílias tradicionais) e a cultura lagunense”, acrescenta o historiador.
Foi o porto de Laguna que veria em 1839 transformar a pacata vila em cenário revolucionário. A República Rio Grandense fundada pelos farroupilhas precisa prosperar e para isso necessitava chegar até o mar. Os imperialistas controlavam os portos e rios do estado vizinho.
Com apoio do italiano Giuseppe Garibaldi montaram uma manobra para surpreender os imperialistas através da lagoa Santo Antônio, entrando pela lagoa Garobapa do Sul e barra do Camacho e seguindo pelo rio Tubarão.
Entre os anos de 1748 e 1756, vieram os imigrantes açorianos, incentivados pela Coroa Portuguesa com a intenção de impulsionar as vilas litorâneas do sul do Brasil com aumento populacional. Isto provoca uma grande modificação nos usos e costumes da Vila, maior desenvolvimento da agricultura e dos moinhos de farinha de mandioca.
Os açorianos ao chegarem adaptaram-se a nova vida. Modificaram alguns de seus hábitos, entre eles os alimentares. Substituíram a farinha de trigo, base da alimentação, pela farinha de mandioca e a carne pelo peixe. O peixe era salgado para consumo ou exportação. Até o início do século XIX a economia continuou sendo de subsistência. existência do porto como fator preponderante ao desenvolvimento de Laguna.
A vila foi elevada à condição de cidade, com denominação de Laguna, por Lei Provincial n.º 239, de 15-04-1847.
Imigrantes europeus
Neste tempo é registrado a vinda dos imigrantes europeus (italianos e alemães). Os imigrantes chegavam pelo porto de Laguna, ficavam na beira da praia, nos trapiches, esperando embarcações e seguiam para o interior. No começo era pelas lagoas e rios e mais tarde através da estrada de ferro Dona Tereza Cristina (iniciada sua construção em 1880 e aberta ao tráfego em 1884).
Com o desenvolvimento das colônias (Azambuja, Urussanga, Grão-Pará, Princesa Isabel e Braço do Norte) os produtos por elas produzidos eram trazidos de trem e escoados através do porto de Laguna.
Este fato juntamente com a exploração do carvão, fez com que, na segunda metade do século XIX, Laguna assumisse a 4ª posição no estado quanto a movimentação portuária.
O comércio de representações aliado as indústrias da região enriquece ainda mais as companhias de navegação, lucrando também no transporte. Os comerciantes desfrutaram
de uma boa situação econômica possibilitando melhores condições de vida a toda população.
Este período constituiu a época áurea de Laguna. Algumas construções do Centro Histórico testemunham ainda hoje a riqueza vivida nestes anos. Parte da geração desta
época está registrada, hoje, nas ruas de Laguna, através dos nomes de ruas, como: Conselheiro Jerônimo Coelho, Raulino Horn, Oswaldo Cabral, Tenente Bessa, entre outros.
A implantação das edificações nos lotes urbanos foi aos poucos se modificando.
As casas térreas e os sobrados passaram a conviver com novas edificações, agora no estilo eclético.
A princípio eram os porões altos ainda no alinhamento dos lotes. Mais tarde são os recuos laterais, possibilitando os acessos através de escadas junto aos jardins, cada vez
maiores e mais imponentes.
O espaço urbano conseqüentemente alterou-se significativamente e passou a incorporar vazios entre as edificações, que antes formavam uma superfície contínua com as fachadas das casas. As construções ecléticas foram locadas principalmente na parte mais central do Centro Histórico. A maioria construída para uso residencial.
A cidade figura edificações carregadas de decorações, vidros desenhados e ferros importados. O telhado arrematado com platibandas ornamentais, balaustradas, e calha para
escoar a água das chuvas. O peitoril e a bandeira desaparecem sendo substituído por massa com motivos decorativos. As paredes passam a ser construídas de tijolos e cal, dando maior
precisão e diminuindo a espessura. Estes novos elementos marcaram fortemente a nova arquitetura e mudaram a paisagem urbana.
Desenvolvimento urbano e intelectual
Portanto, foi na virada do século, pelo enriquecimento natural da população, que Laguna testemunhou o desenvolvimento urbano e intelectual mais significativo desde a sua fundação. Surgiram nesta época o teatro Sete de Setembro (1858), a tipografia do primeiro jornal (1878), o hospital (1879), o primeiro hotel na Rua da Praia, o Cine Central, a iluminação
pública a petróleo (1891) e o antigo Mercado Público (1893). Este último, incendiado na primeira metade do século XX.
Entre 1914 e 1915 organizam o Jardim Calheiros da Graça com chafariz, palmeiras e iluminação. Inaugurado em 25 de abril de 1915. Inaugura-se a Biblioteca Pública em 1925, e
também o prédio do Banco Nacional do Comércio.
Entre os anos de 1930 a 1950 aconteceram grandes transformações. Surge o primeiro automóvel, ônibus urbano e ruas calçadas.
No período de 1930 a 1940 edificam-se as sedes do Clube Blondin (hoje Casa do Patrimônio do Iphan), e a nova sede do Clube do Congresso Lagunense.
Retratos da intensa vida social que o lagunense desfrutava.
Mais tarde, a Rua da Praia (atual Gustavo Richard) perde o movimento de embarque e desembarque, pois o porto foi transferido para o atual local, no bairro Mar Grosso.
A estação de trem para o final do Campo de Fora.
Após a 2ª Guerra Mundial com a organização do porto de Imbituba, melhor localizado para receber navios maiores e de maior cabotagem, Laguna perde competitividade. A
crise não foi maior devido a concentração de serviços comerciais, financeiros e públicos que Imbituba ainda não possuía.
No final da década de 50, Laguna decaiu economicamente pela diminuição da atividade portuária, pelo enfraquecimento do pólo comercial, e fracasso na tentativa de industrialização.
Na década de 60, a construção civil praticamente paralisou. Outro fator determinante para o declínio foi o transporte rodoviário. A construção da BR-101 e abertura ao tráfego
da ponte rodoviária da Cabeçuda, deslocou o pólo econômico da região sul de Laguna, para outros municípios, como por exemplo, Tubarão.
Permaneceram aqui somente produtos pesqueiros, pequenas indústrias, como confecções e o processamento da fécula de mandioca e arroz.
Mas, na década de 70, a mesma abertura da BR-101 trouxe a possibilidade de uma nova atividade econômica. A exploração turística do Balneário do Mar Grosso, bairro oposto
ao Centro Histórico, impôs uma implantação urbana diferenciada dos outros bairros da cidade que se expandiram espontaneamente.
O crescimento do número de turistas de veraneio estimulou o crescimento imobiliário na praia e, como conseqüência, o centro histórico da cidade.
Em 1985, após estudos baseados no levantamento o Iphan, propôs o tombamento de uma fração da cidade. Esta considerada, por suas características e atributos, o centro fundamental para a manutenção da identidade e da paisagem urbana tradicional do sítio histórico da cidade.
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Réplica de uma quinta portuguesa, totalmente revestida com azulejos importados de Portugal. Uma casa de muito luxo para a época, 1866.
Anita Garibaldi
Foi nessa casa que Anita Garibaldi vestiu-se para o seu primeiro casamento, com o sapateiro Manoel Duarte de Aguiar, em 1835. A casa típica colonial luso brasileira foi construída por volta de 1711, pertencia ao padrinho de Anita, João Joaquim Mendes.
Atualmente, o prédio com um acervo que lembra a trajetória de Anita e seu romance com Giuseppe Garibaldi. Guarda, além de móveis da época e utensílios pessoais, uma urna com a terra da sepultura da heroína e o mastro do navio “Seival”, uma das embarcações transportadas por Giuseppe Garibaldi desde o interior do Rio Grande do Sul até a tomada de Laguna. A edificação foi restaurada na década de 1970 e transformada em relicário histórico.
Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos
A primeira capela de alvenaria foi construída em 1696, substituindo a de pau-a-pique feita pelo fundador Domingos de Brito Peixoto, quando ele veio para a cidade, no mesmo local onde está a atual.
A imagem foi escolhido por se tratar do santo de devoção do colonizador. A denominação dos Anjos, acreditam os historiadores, uma homenagem aos anjos da guarda.
Marco de Tordesilhas
Logo após a chegada de Cristóvão Colombo na América (1492), a corte espanhola começou a se preocupar em proteger legalmente as terras descobertas na América.
Portugal, assim como a Espanha, era uma potência militar e econômica da época. Para evitar conflitos, espanhóis e portugueses resolveram abrir negociações para o estabelecimento de um tratado.
Este deveria contemplar os interesses de ambos os reinos na descoberta, exploração e colonização das “novas terras”.
O Tratado de Tordesilhas foi um acordo firmado em 4 de junho de 1494 entre Portugal e Espanha. Ganhou este nome, pois foi assinado na cidade espanhola de Tordesilhas. O acordo tinha como objetivo resolver os conflitos territoriais relacionados às terras descobertas no final do século XV.
De acordo com o Tratado de Tordesilhas, uma linha imaginária a 370 léguas de Cabo Verde serviria de referência para a divisão das terras entre Portugal e Espanha. As terras a oeste desta linha ficaram para a Espanha, enquanto as terras a leste eram de Portugal. Em Laguna, o Marco de Tordesilhas remonta a história do século 14. A linha imaginária começava no estado do Pará atravessando o Brasil, chegando em Laguna.
Na época o Brasil não tinha sido descoberto, com a chegada dos portugueses, a partir do século 15, o Brasil foi dividido em Capitanias Hereditárias e Laguna pertencia a última ao sul, a Capitania de Santo Amaro e Terras de Sant’Ana”. O Tratado de Tordesilhas deixou de vigorar apenas em 1750.
Na década de 70 foi erguido o Marco de Tordesilhas de Laguna para lembrar do fato histórico.
Pedra do Frade
Instigante e curiosa, a Pedra do Frade, aguça a imaginação dos visitantes, quando se deparam com uma pedra monumental inclinada sobre uma rocha à beira-mar. Localizada na extremidade do Morro do Gi, a pedra, que recebeu esse nome pela semelhança com um padre franciscano, equilibra suas 30 toneladas e desafia a lei da gravidade.
Medindo 9 metros de altura e 5 metros de diâmetro, o menir, palavra que vem do bretão e que significa pedra longa, é ainda mais intrigante, ao suportar uma rocha triangular sobre o topo, dando a impressão de ser uma tampa. O costão originou o nome da praia que o cerca, a pedra para os índios parecia uma parece um machado de pedra (Jy) na língua tupi-guarani.
Inúmeras versões e especulações giram entorno do surgimento da pedra, entre elas, a história de que há muitos anos, enquanto alguns sábios meditavam naquele lugar, começou uma forte tempestade que provocou uma espécie de avalanche de pedras que em vez de os atingirem, simplesmente pararam. Assim, elas teriam permanecido naquele local até hoje.
Para os nativos da região a pedra foi colocada estrategicamente pelos índios pré-históricos que habitavam o local há três mil anos.
Para a arqueologia, a Pedra do Frade foi obra da natureza. Seriam pedras que rolaram de uma colina e que por acaso uma ficou em cima da outra e que com o passar dos anos foram talhadas pela erosão e ação dos ventos. Embora seja a teoria mais oficial, ainda não é possível comprová-la.
Farol de Santa Marta
Ás 17h06min21seg do dia 11 de junho de 1891, uma luz foi acesa e transformou a pacata vila de pescadores. Hoje chamado de Farol de Santa Marta, que tornou-se símbolo turístico para Laguna e um aviso aos navegantes. Projetado pelos franceses Barbier Bernard e Turenne.
Desde 1941, o sistema que acende a lâmpada e gira a enorme redoma de cristal é elétrico, mas toda a estrutura de 125 anos está em pleno uso.
Além de fornecer informações meteorológicas, o farol de Santa Marta emite sinal de rádio para navios, também utilizado para a aviação. Os marinheiros ainda estão 24 horas atentos para receber qualquer chamado e ajudar se necessário.
Para quem está em alto mar, à noite, a luz se acende três vezes no intervalo de 30 segundos e o feixe de luz conecta o pescador à sua terra. O vento dobra as ondas, mas a torre branca sobre a colina permanece firme como o alicerce da comunidade.
Desde então, o Farol de Santa Marta passou a fazer história. Guarnecido pelos marinheiros responsáveis pela sua manutenção, a região ganhou os primeiros moradores no ano de 1909.
As embarcações aprenderam a observar o feixe vermelho da luz voltado para o sul que indica a posição exata da Pedra do Campo Bom, a Laje da Jagua. A traiçoeira formação rochosa havia afundado o navio de Giuseppe Garibaldi, 1839 anos antes, durante a Revolução Farroupilha.
A construção do Paço do Conselho foi iniciada em 1735, foi terminada no final do século XVIII, seu alicerce e paredes foram erguidos com areia, pedras e cal, oriundo dos sambaquis, onde as conchas foram trituradas e misturadas com o barro.
Museu Anita Garibaldi
O prédio é um dos monumentos mais antigos do sul do Brasil.
Conhecido como Edifício de Câmara e Cadeia, abrigava no piso superior a Câmara de Vereadores e no térreo, o corpo da Guarda Municipal. Foi na Câmara que se proclamou a República Catharinense Livre e Independente (1839).
Com o surgimento, no Rio Grande do Sul, do movimento dos farrapos contra a monarquia, ocorre em 1836, a Proclamação da República Rio Grandense, e a necessidade de um porto marítimo contribuí para a tomada da Vila de Laguna, em Santa Catarina.
No dia 22 de julho de 1839, as forças farroupilhas, com a ajuda de Giuseppe Garibaldi (1807 – 1882), político e militar revolucionário italiano, tomaram a Vila e proclamaram a República Juliana. O fato ocorreu no prédio da Câmara, hoje museu Anita Garibaldi, na frente do espaço tem uma estátua de bronze em homenagem a heroína.
Com o passar dos anos ele foi abandonado, algum período ocupado por departamentos municipais, inclusive a biblioteca.
Em 1949, o prédio voltou a ser utilizado, definitivamente como Museu Anita Garibaldi, onde encontra-se nesta edificação desde 31 de julho de 1949. O espaço guarda um acervo eclético, destacando-se peças de alto valor arqueólogo encontradas nos sambaquis da região, também de grupos indígenas que viveram na região. Outros objeticos relacionadas à formação sócio-cultural lagunense, como peças de porcelanas, utensílios domésticos e móveis podem ser visitados.
Também objetos pertencentes ao Jerônimo Francisco Coelho, considerado pai da imprensa de Santa Catarina. O acervo discográfico e a gaita de Pedro Raymundo, músico popular das décadas de 50 e 60, está no acervo.
Morro da Glória
O Centro Histórico, um dos pontos turísticos está rodeado de verde: o Morro da Glória, com 128 metros de altura, área de preservação ecológica. Uma das vistas mais belas da cidade.
O morro sempre esteve presente no cotidiano dos moradores, seja abençoando a cidade através da imagem de Nossa Senhora da Glória, ou no século 18, com a comunicação entre navios e a capitania, fato que originou o primeiro nome Morro do Pau do Sinal.
A história remonta o século 18, quando não existiam os Molhes da Barra, os navios tinham que atravessar a força das ondas nas pedras da entrada do canal Santo Antônio dos Anjos. Como ficavam muitas vezes dias esperando em alto-mar o momento exato para entrar em Laguna, os comandantes dos navios hasteavam bandeiras informando o que transportavam, a intenção era comunicar-se com a capitania, que ficava na Praça do Museu de Anita, antiga Praça da Bandeira.
No alto do morro, um soldado copiava as bandeiras do navio e do outro lado, os integrantes da Capitania interpretavam e hasteavam a bandeira, informando como estava a maré. No alto do Morro o mesmo era feito.
Ter uma nova bandeira no alto do morro do Sinal, atiçava a curiosidade do povo, interessado em descobrir o que transportava o navio, ancorado em alto-mar. Uma farmácia no centro histórico organizou uma tabela com cada bandeira, que provocava uma corrida até o balcão do estabelecimento.
Por décadas, a técnica de comunicação de bandeiras movimentava o centro histórico. Até no início do século 19, com a construção dos Molhes, que facilitou a entrada de barcos na lagoa Santo Antônio.
Sem as bandeiras, o Morro trocou de nome em 1953, com a construção da imagem de oito metros de Nossa Senhora da Glória, pela Congregação Mariana. O casal de escultores Alfredo Itaege e Elisa Faccio Itaege foi o responsável pela obra de oito metros.
Ao sul do município, no limite com Jaguaruna. Praia utilizada por pescadores artesanais. Local tranquilo com o por do sol moldurado pelas dunas.
Trecho de areia, muito frequentado por surfistas em busca de boas ondas. Nas proximidades do costão, os galpões para armazenar pequenos barcos pesqueiros integram o cenário.
Pequeno trecho de areia, entre os morros do Farol de Santa Marta e Morro Azul, forma de uma pequena enseada. Antiga colônia de pescadores. Praia aconchegante, bastante visitada por admiradores da natureza e surfistas.
Praia com extensão de sete quilômetros. Fica ao norte do Farol de Santa Marta. Área deserta com muitas dunas, local de acesso restrito. Comum passagem de caminhantes. Praia de mar aberto, utilizada por surfistas e trilheiros.
Lugar para passear, fazer um piquenique à beira-mar, surfar, praticar esportes no mar, também para fazer caminhadas e trilhas. Está localizada ao norte do Farol de Santa Marta, entre costões tornando o local acolhedor.
A praia do Ypuã é um convite para a prática de esportes náuticos; surf, kitesurf, windsurf, mergulho e outros. Seu nome quer dizer em tupi-guarani, ilha pequena.
Frequentada por turistas que preferem sossego e apreciar uma praia quase deserta. Privilegiada com costões, vizinha da praia da Galheta.
Localizada ao lado da praia de Ypuã, parte norte. Protegida por costões. Uma pequena ilha chama atenção dos visitantes, origem do nome do refúgio para praticantes de mergulho e pescadores. Praia deserta com mar calmo.
Nome de uma antiga moradora, a Tereza é uma pequena baia com costões. Uma gruta na beira-mar leva os visitantes para reflexões. Praia tranquila com uma pequena extensão de areia. Cercada por morros com vegetação nativa.
Com 1 km de extensão é uma praia deserta, com vegetação típica do litoral sul brasileiro. Praia intocável, com acesso por trilha pela Praia do Gravatá. No final da faixa de areia existe um costão com aproximadamente 40 metros de altura. Suas ondas são ótimas condições para o surf.
Para os nativos é conhecida por Mané Lome, antigo pescador que gostava de frequentar o local, considerado um guardião da natureza.
Já os turistas apelidaram de Siri, pelo inúmeros crustáceos na areia, que serviam de alimentos entre uma onda e outra.
Local preservado com natureza característica das encostas catarinenses, pouco visitado e oferece uma vegetação influenciada pelo mar e o vento. Na praia, que leva o nome de uma flor, chega-se apenas caminhando. Bastante frequentada por surfistas, praticantes de caminhadas e pescadores. Gravatá, nome originário às plantas pertencentes a vários gêneros da família das bromélias. Têm flores em tons amarelo e vermelho.
O acesso é pela comunidade pesqueira de Ponta da Barra. Depois de caminhar 20 minutos por uma trilha de Mata Atlântica, dunas e muitos pés de plantas nativas, o visitante pode desfrutar de uma enseada de 700 metros de extensão. Com uma costa de rochas de embasamento cristalino, que surgiram há 180 milhões de anos, em momentos de fúria e calmaria da natureza.
A praia do Tamborete passa despercebida por muitos visitantes. Encravada entre os Molhes Sul e o Morro do Atalaia, na localidade da Ponta da Barra, o local é pouco freqüentado, fica escondida por rochas e para chegar até ela é necessário passar pelos Molhes Sul e descer uma escadaria.
O nome tamborete, segundo os nativos, é devido ao número de pedras parecidas com tambores. A imaginação pode encontrar nas rochas formatos de papagaio, jacarés e até Nossa Senhora Aparecida.
Caminhando é possível chegar até a praia do Gravatá, percurso que serviu de inspiração para programas de televisão sobre aventura, devido a beleza do lugar.
Na parte sul dos Molhes, a ação do homem para a construção do canal da Barra formou pequenas praias. A mais popular e conhecida pelos moradores e turistas como a praia do Seis.
O número é devido a formação rochosa dos Molhes, a de número seis com a ação do tempo foi transformada numa península com águas calmas e tranquilas, uma pequena baía.
Produzido pelo homem, a partir da década de 40, foram construídos pequenas enseadas, a preferida pelos frequentadores por sua sombra e água tranquila para o reduto dos veranistas e famílias com crianças.
A pequena praia está localizada na comunidade da Ponta da Barra, poucos metros do encontro da água do oceano atlântico com a lagoa Santo Antônio. Local de água rasa e de pouco movimento. As sombras dos pinheiros convidam o visitante para deixar a vida passar, os barcos de pesca e de turistas.
A praia tem 200 metros de extensão e não tem ondas. As crianças pequenas são os visitantes que mais apreciam o local, devido a tranquilidade da água.
Localizada na margem norte do canal dos Molhes, suas águas tranqüilas oferecem o espetáculo da pesca com auxílio dos botos.
Visitada por turistas para apreciar a beleza do local, construído na década de 40, para contribuir com a entrada de barcos na lagoa de Santa Antônio, um quebra-mar de pedras, com extensão de 1.5 km. Na temporada das baleias francas é um ótimo local para avistá-las.
Pescadores com redes e outros apetrechos frequentam o local em busca de peixe fresco nos rochedos.
Outros utilizam a enseada para tarrafear com os botos, os pescadores preparam suas tarrafas (uma espécie de rede circular, de mais ou menos 3 metros de diâmetro) e colocam-se à beira do canal, a pé ou de canoa, dependendo da maré.
Ao perceber a presença dos humanos, os golfinhos passam a cercar os cardumes que entram e saem da Lagoa, sobretudo as tainhas, e os afugentam na direção dos pescadores. Os peixes que escapam das redes viram presa fácil para os botos.
Dias de vento sul, as ondas são disputas por surfistas. Boa ondulação é sinal de movimento na praia dos Molhes, localizada ao lado norte do quebra-mar, construído na década de 40, para amenizar o impactos das ondas na entrada da boca da Barra.
Os surfistas aproveitaram a estrutura para entrar e sair da praia com as pranchas utilizando a correntezas.
Maior praia de Laguna. Considerado um dos balneários mais frequentados no verão.
Ultrapassa os 100 mil turistas nos meses da temporada. Região com infraestrutura de hotéis, restaurantes, supermercados e outros serviços. Palco do tradicional carnaval de rua de Laguna.
Na extensão de 2,5 km de sua orla tem calcadão e ciclovia que atrai desportistas.
Quem chega em Laguna pelo Mar Grosso é presenteado pela mãe natureza. A praia do Iró, com suas pedras em tons avermelhados banhadas pelas ondas do oceano atlântico, deslumbra o olhar. O vai e vem do mar quebrando nas pedras vira atração.
Localizada ao norte de Laguna, a praia do Iró tornou-se muro natural entre praia do Gi e Mar Grosso, costumeiramente, visitada por pescadores, coletores de mariscos, caminhantes e banhistas. A maré baixa forma piscinas naturais, uma alegria para crianças.
A força natureza e ação do tempo originou o nome da praia. Ao norte, depois de uma caminhada de sete quilômetros, o costão forma pedras, destas, uma parece um machado de pedra (Jy) na língua tupi-guarani. A pedra mais tarde foi denominada do Frade, por parecer um padre franciscano. São quilômetros de praia de deserta.
Ao norte, depois da praia da Gi, o costão da Pedra do Frade, popularmente dividido em dois lados, o “canto da baleia” e o do “cavalinho”. Locais apreciados por surfistas e banhistas procuram proteção dos ventos. O canto da baleia costuma ser frequentado quando prevalece o vento nordeste, pois o morro “barra” o vento, já o outro quando tem o vento sul, preferência dos surfistas. São praias que costeiam o morro pelas pedras, formando um “canto” especialmente bonito.
As pedras do costão originaram o nome das duas pequenas praias.
A visão de cima do morro compensa qualquer distância. Rodeado por pedras e vegetação nativa, no local está a famosa Pedra do Frade. Um megalítico de nove metros de altura e cinco metros de diâmetro, suspenso sobre uma superfície inclinada que desafia a lei da gravidade.
De lá também é possível ver de perto a Ilha dos Lobos.
Durante o percurso o turista encontrará grandes extensões de praias quase desertas.
Praia de grande extensão e tranquilidade. Clima calmo e agradável fazem dela uma boa opção para aqueles que buscam paz e tranquilidade, seja para relaxar, tomar um refrescante banho de mar ou repor as energias.
Originou de um emprendimento de loteamentos, denominado Praia do Sol.
Costuma receber um público variado, desde jovens a famílias com residências na região. Conta com uma grande faixa de areia dourada e batida, o mar é levemente agitado, apresentando boas ondas a maior parte do tempo.
No verão, é comum ver jovens jogando futebol e vôlei na areia, enquanto outros visitantes aproveitam para fazer uma caminhada.
Parte sul da praia pertence a Laguna. Região calma com poucas casas, com um costão para apreciar a paisagem. A origem de seu nome vem da língua tupi, falada pelos índios que habitavam o local. “ita” quer dizer “pedra” e o sufixo “uba” remete a “quantidade”.
Itapirubá é uma praia cortada pela metade por um morro de pedras, que a divide entre dois municípios: Imbituba e Laguna. A praia é extensa e tranquila, própria para famílias. Em alguns pontos, onde o mar é mais agitado, também é favorável à prática de surf.
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